Dissertações

Arena Jovem

Apresentação das dissertações

Tendo como um dos seus aspectos distintivos o caráter analítico, já que opera com a análise e interpretação de dados da realidade, o texto dissertativo-argumentativo se constituiu uma das estratégias para promover a pesquisa bibliográfica, a reflexão e o debate sobre os problemas identificados pelos alunos do VI semestre de Edificações e Informática, do Campus Petrolina.

Nesse entendimento, a proposição de tal gênero textual demandou a leitura e o estudo sobre a questão social eleita pelo grupo, buscando conhecer suas origens, manifestações e consequências, por meio da utilização de fontes atualizadas e especializadas, portadoras de conceitos, dados e concepções legitimados pela ciência. Em outros termos, pode-se afirmar que a solicitação para a elaboração conjunta desse portador de texto contribuiu para a compreensão da problemática observada pelas equipes, ao propiciar uma visão abrangente dos fenômenos discutidos em seus projetos. Dessa forma, os alunos acessaram a tecnologia da escrita, objetivando o enfrentamento de problemas do cotidiano.

Também é válido ressaltar que a produção das dissertações, sendo contextualizada, nos sentidos estrito e lato de tal termo, concedeu a oportunidade para os discentes participarem de debates sobre questões relevantes da sociedade, pois a tipologia argumentativa os instigou a um pronunciamento, à emissão de um posicionamento em relação a esses assuntos. Acrescente-se que, nessa perspectiva, a manifestação de opinião fundamentada não se restringe ao exercício de escrita como atividade escolar, mas também se configura como instrumento de usufruto da cidadania, já que, além de promover a participação ativa em questões coletivas, ainda se orienta pela necessidade de apresentar alternativas para eliminação de mazelas.

Jovens vulneráveis

A constituição de 1984 garante que todos os cidadãos têm direito à moradia, ao trabalho, segurança, lazer, à igualdade e à equidade. Entretanto, esse direito não pode ser assegurado com uma relação de dependência entre a população e o Estado. É dever do poder público garantir oportunidade de melhoria na qualidade de vida aos jovens de comunidades vulneráveis, e isso inclui educação de qualidade, além de apoio aos seus desejos e sonhos.

Entretanto, uma estratégia política em voga, o assistencialismo emergencialista, ainda que necessário, não sanará a desigualdade do povo brasileiro. Ao contrário, a ferida aberta representada pela falta de estímulo aos jovens perpetuará, como uma maldição, a ideia de que essa será a única realidade que terão. A política pública assistencialista unicamente não é capaz de sanar a desigualdade enfrentada por essas comunidades. Segundo a Folha de São Paulo, 1% da população branca concentra 42% da riqueza de toda a população brasileira. Isso demonstra a desigualdade, sobretudo aquela causada pela estrutura racista. A ausência de incentivo aos jovens é responsável por perpetuar o regime de desigualdade, condena-os a uma vida sem perspectiva.

Outro fator que restringe panoramas para jovens de comunidades vulneráveis diz respeito à sua exposição constante a situações de violência, pobreza e exclusão social. Essas experiências podem gerar sentimentos de desesperança e insegurança, levando-os a desistir de seus sonhos e projetos de vida. Quando essa parcela da população não possui oportunidades de se desenvolver e alcançar seus objetivos, tende a se envolver em atividades ilícitas ou de risco, como o crime, o uso de drogas e a violência. Essas atividades podem levar a consequências graves, como a prisão, o envolvimento em gangues e até mesmo a morte.

Dessa forma, a falta de incentivo aos jovens de comunidades vulneráveis é um grave problema social que perpetua o regime de desigualdade. Para superar esse desafio, é necessário que agentes governamentais promovam políticas públicas de longo prazo, que atuem nas causas estruturais da desigualdade, como o racismo, a concentração de renda e a falta de oportunidades. Ao investir nos jovens carentes, o Estado está investindo no futuro do país. É preciso garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua origem, tenham oportunidades iguais de sucesso.

Autoras

  • Luanna Silva Castro
  • Bruna Grazielly
  • Rebeca Morais

Destino do lixo eletrônico

De acordo com uma pesquisa divulgada pelo G1, o descarte incorreto de lixo eletrônico traz risco de câncer e problemas ambientais. No cenário local, essa prática se revela recorrente, tendo, como causa, a falta de informação sobre essa problemática e a obsolescência programada dos materiais (redução da vida útil dos insumos).

Em primeiro lugar, é visível que, apesar dos avanços tecnológicos, há falta de informações sobre diversos conceitos, o que resulta em efeitos negativos desses atos. Sendo o Brasil o quinto maior produtor de lixo eletrônico, depreende-se a necessidade urgente de promover ações de conscientização da população acerca dos malefícios causados ao meio ambiente e aos indivíduos, em decorrência do incorreto descarte de equipamentos que encerraram sua vida útil, ou que se tornaram antiquados em função das inovações existentes em um ritmo cada vez mais acelerado.

Nesse contexto, a obsolescência programada é uma estratégia utilizada por determinados fabricantes para intencionalmente os objetos durarem menos. Conseguimos relacionar esse conceito com o pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman, segundo o qual vivemos tempos líquidos. Sendo assim, nada é criado para durar, inclusive no meio tecnológico, tendo como resultado complicações sociais e ambientais, como por exemplo a contaminação de metais pesados no ar, solo e água, por meio de descarte de resíduos eletrônicos.

Portanto, para amenizar a situação citada, é dever do Poder Estatal, iniciar campanhas para conscientização e informação da população, por meio de redes sociais, assim como eventos em escolas e praças públicas, sendo necessário diversos pontos de coleta e projetos para a reutilização desses materiais. Cabe ao governo Federal fiscalizar as empresas para que garanta ao consumidor qualidade em suas aquisições, para que, assim, esse problema seja mitigado.

Autores

  • Adriano Mateus de Jesus Paixão
  • Érica Ribeiro de Amorim
  • Iarley Luiz Albuquerque de Brito
  • Nywya Suellen da Silva Lima
  • Rayssa Myllena Oliveira Campos

A importância da conscientização da doação de sangue

Autores

  • Geovanna Rodrigues Brandão
  • Iago Pereira de Oliveira
  • Samuel Silva Santana
  • Erica Deodato Nunes
  • Maria Clara Deodato Rebouças dos Santos

A conscientização sobre a doação de sangue se revela fundamental para garantir o abastecimento dos bancos de sangue e salvar vidas. Nesse contexto, torna-se importante discutir os benefícios de tal ato e os desafios enfrentados para incentivar a participação da população nessa prática.

Um dos principais argumentos para a conscientização da doação de sangue consiste na importância da manutenção da saúde e no tratamento de diversas doenças. O sangue doado é utilizado em transfusões para pacientes com anemia, câncer, acidentes graves, cirurgias e outras condições médicas. Além disso, a doação regular contribui para a renovação do estoque de plasma, evitando a sua escassez e garantindo o atendimento adequado às emergências.

No entanto, apesar da relevância da doação de sangue, ainda existem obstáculos que dificultam a conscientização e a adesão da população às campanhas. Um dos principais desafios corresponde ao medo e ao desconhecimento em relação ao processo de doação. Muitas pessoas manifestam receio das agulhas ou não entendem como funciona o procedimento. É necessário, portanto, investir em campanhas educativas que esclareçam as dúvidas e mitiguem os temores, destacando a segurança e os cuidados adotados nos hemocentros.

Portanto, fica evidente a importância da conscientização sobre a doação de sangue. É fundamental que as pessoas compreendam que esse gesto simples pode salvar vidas e configurar a diferença na saúde de muitos pacientes. Para isso, faz-se necessário promover campanhas de informação e incentivo, além de facilitar o acesso aos locais de doação. A conscientização da sociedade é o primeiro passo para garantir um abastecimento adequado dos bancos de sangue e assegurar a saúde e o bem-estar de todos.

Conscientização sobre uso das drogas

O uso de drogas, tanto lícitas quanto ilícitas, é um problema que não afeta apenas o indivíduo que as consome, mas também toda a sociedade. Com esse entendimento, acreditamos que essa questão merece ser debatida e que as pessoas devem ser mais bem informadas sobre causas e implicações de tal prática, para assim evitarmos sua propagação.

A utilização de drogas pode ser atribuída a uma série de fatores. Em primeiro lugar, as razões podem ser de ordem individual, relacionadas a problemas emocionais, psicológicos ou de autoestima. Muitas vezes, as pessoas buscam, nos entorpecentes, uma fuga temporária de suas preocupações e angústias. Além disso, a pressão social desempenha um papel significativo, especialmente entre os jovens, que podem ceder à curiosidade ou ao desejo de pertencer a determinados grupos em que haja usuários de narcóticos. Ademais, as condições socioeconômicas, como a falta de oportunidades e a desigualdade, também podem impelir indivíduos para o consumo de drogas como uma forma de enfrentar dificuldades.

Entretanto, faz-se necessário ponderar que o impacto do uso de drogas é amplamente negativo. As substâncias psicoativas podem causar uma série de danos à saúde física e mental dos indivíduos. Doenças, como o HIV, estão frequentemente associadas ao uso de drogas injetáveis, e problemas de saúde mental, como a depressão e a ansiedade, são comuns entre os usuários. Além disso, o consumo prolongado pode levar ao desenvolvimento de dependência química, resultando em prejuízos nas áreas pessoal, profissional e social. Dessa forma, em uma perspectiva mais ampla, a implicação do adoecimento e das dificuldades de convívio em sociedade de tal parcela da população consiste na sobrecarga das estruturas públicas de saúde e de segurança.

É fundamental que haja uma abordagem ampla e integrada para lidar com o problema das drogas. A prevenção contra tal prática, por meio da educação e conscientização, é essencial para evitar o início do consumo. Além disso, torna-se importante investir em políticas públicas que promovam a recuperação e reinserção social dos dependentes, oferecendo tratamento adequado e oportunidades de reintegração na sociedade. Somente com esforços conjuntos, envolvendo governo, família e comunidade, poderemos combater efetivamente o uso de entorpecentes e seus impactos negativos na sociedade.

Listagem de problemas:

  • Impactos na Saúde Física: Muitas drogas têm efeitos adversos no corpo, como danos ao fígado, coração, pulmões e sistema nervoso.
  • O consumo de drogas injetáveis pode aumentar o risco de infecções transmitidas pelo sangue, como o HIV e a hepatite C.
  • Alguns medicamentos prescritos podem causar dependência se usados inadequadamente.
  • Impactos na Saúde Mental: O uso de drogas pode afetar o equilíbrio químico no cérebro, levando a problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e psicose.
  • A dependência de drogas pode prejudicar a capacidade de julgamento, autocontrole e tomada de decisões.
  • Riscos de Overdose: O uso excessivo de algumas drogas pode resultar em overdose, uma condição potencialmente fatal.
  • Overdoses podem causar parada cardíaca, insuficiência respiratória e outros problemas de saúde graves.
  • Vícios e Dependência: O uso regular de algumas drogas pode levar à dependência, tornando-se uma questão crônica e difícil de superar.
  • A dependência de drogas pode exigir tratamento especializado, incluindo terapia e reabilitação.
  • Danos Sociais e Econômicos: O uso de drogas também pode levar a problemas sociais, como alienação da família e amigos, problemas legais e dificuldades financeiras.

AUTORES

  • Elpídio Vinicius
  • Eraldo José
  • Fernando Júnior
  • Guilherme Vítor
  • Lucas Guilherme

Impactos ambientais

O impacto ambiental decorrente das práticas de algumas empresas na sociedade contemporânea é evidente. Muitas dessas organizações, visando a seus interesses, muitas vezes ignoram as consequências prejudiciais de suas ações para o meio ambiente. Infelizmente, a maioria das pessoas carece dos meios para identificar e compreender essas práticas prejudiciais, uma vez que não há uma maneira eficaz de divulgar essas informações.

Nesse contexto, é crucial reconhecer a importância da educação ambiental em um período em que o meio ambiente enfrenta desafios significativos. O planeta tem sofrido uma degradação substancial devido a práticas prejudiciais à natureza, muitas das quais persistem devido à falta de conscientização. A urbanização em crescimento, a exploração desenfreada dos recursos naturais e as emissões de gases de efeito estufa contribuíram para as mudanças climáticas e para a perda de biodiversidade. Além disso, a qualidade da educação ambiental no Brasil é insuficiente, o que motiva a aprimorá-la.

Nesse sentido, percebe-se a urgência de abordar essa carência na educação ambiental. Para tanto, faz-se necessário promover a conscientização ecológica por meio de várias ações, incluindo palestras informativas sobre sustentabilidade, oficinas de reciclagem e, evidentemente, a criação de sites destinados a ser um repositório de informações sobre empresas, serviços e produtos sustentáveis. Essas e outras estratégias podem ser viabilizadas com o fim de criar uma sociedade ecologicamente sustentável e socialmente justa. Além disso, é crucial o estabelecimento de parcerias com escolas, empresas e órgãos governamentais para expandir iniciativas de conscientização. Acredita-se que, ao envolver a sociedade em geral e instituições relevantes, pode-se criar uma rede de apoio para promover a sustentabilidade.

Portanto, a necessidade urgente de aprimorar a educação ambiental é inegável. Ao aprofundar o entendimento sobre a importância da preservação da natureza e do bem-estar dos seres vivos que compartilham o planeta conosco, está-se investindo não apenas em um futuro mais sustentável, mas também em um futuro em que a convivência harmoniosa com o meio ambiente é uma realidade. É, portanto, imperativo que se continue a promover e expandir a educação ambiental, a fim de proteger e preservar nosso planeta, garantindo um legado mais verde para as gerações futuras.

Autores

  • Sam Mahonri Nery de Sá
  • Willams Gabriel Oliveira Santos
  • Eduardo dos Santos Ferreira Sousa
  • Maria Eduarda Silva Pinto

Arrecadação de alimentos

A arrecadação de alimentos para pessoas pobres e negras em Petrolina, como em qualquer outra parte do mundo, consiste em uma ação que deve ser encorajada e apoiada. Trata-se de uma iniciativa que busca amenizar as desigualdades sociais e raciais, combatendo a fome e promovendo a justiça social. A cidade pernambucana, assim como muitas outras regiões do Brasil, enfrenta desafios significativos quando se trata de pobreza e desigualdade, e a população negra muitas vezes é a mais afetada por essas questões.

Primeiramente, é importante reconhecer que a fome não é uma questão exclusiva das pessoas negras, mas é um problema generalizado que afeta toda a sociedade. No entanto, as estatísticas mostram que, devido a fatores históricos e estruturais, as pessoas negras têm maior probabilidade de viver em situação de pobreza e, portanto, são mais vulneráveis à insegurança alimentar. Isso acontece, principalmente, com famílias de origem negra, que enfrentam diariamente a carência de alimentos básicos. A pandemia de COVID-19 agravou ainda mais essa situação, ampliando o número de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Com isso, a arrecadação de alimentos é uma resposta necessária diante das desigualdades sociais e raciais profundamente enraizadas na estrutura da cidade. Nesse contexto, a história da região carrega as marcas de um passado marcado pela exclusão e marginalização, refletindo-se nas condições atuais de pobreza que afetam muitas comunidades. A população negra, historicamente subjugada, enfrenta uma carga desproporcional de adversidades, com barreiras que vão desde o acesso limitado à educação até oportunidades de emprego escassas. Diante dessa perspectiva, a iniciativa de arrecadação de alimentos surge como uma resposta urgente para atuar como um suporte imediato, ela não apenas fornece alívio tangível à fome, mas também evidencia a necessidade crítica de abordar as raízes estruturais do problema.

Portanto, doações para pessoas que não têm as condições necessárias são uma das soluções cabíveis a um resultado positivo na vida das pessoas localizadas no centro de Petrolina. Nesse caso, por meio da criação de um perfil do Instagram, coube a alunos do IFSertaoPE, com o "Projeto Solidarize", produzir um canal virtual com postagens informativas destacando as causas subjacentes da fome e a importância de ações sustentáveis que incentivam uma reflexão mais profunda sobre as questões sociais e econômicas que afetam nossa comunidade. Além disso, a entrega dos alimentos para uma ONG dedicada a mitigar a fome não é apenas o encerramento dessa iniciativa, mas o início de uma parceria duradoura, para incentivar os alunos a envolverem-se ativamente em ações sociais, promovendo uma cultura de responsabilidade e solidariedade que transcende os limites virtuais do Instagram.

Autores

  • Aline de Sousa
  • Maria Clara Brito
  • Marianna Bezerra
  • Patrick Souza

Futuro solidário

A realidade de muitas comunidades periféricas reflete uma teia complexa de desafios sociais que impactam a vida de inúmeras famílias. Entre os problemas enfrentados, ressalta-se a falta de acesso à educação, a escassez de recursos para materiais escolares, as dificuldades financeiras que se traduzem em insegurança alimentar e a dinâmica das famílias chefiadas por mães solteiras. Diante desse cenário, é essencial refletir sobre a interligação dessas questões e desenvolver estratégias para promover um futuro mais solidário e inclusivo.

A ausência de oportunidades educacionais impacta diretamente o desenvolvimento dessas comunidades. A educação não apenas oferece conhecimento acadêmico, mas também capacitação para que os indivíduos, sendo qualificados, possam buscar oportunidades de emprego. Sem acesso à instrução de qualidade, muitas crianças e jovens dessas localidades são privados não apenas de conhecimento, mas também de um futuro promissor. Isso cria um ciclo intergeracional de desvantagens, pois as limitações educacionais dificultam a busca por oportunidades de emprego e perpetuam a desigualdade social.

Logo, a precariedade financeira contribui para uma alta insegurança alimentar. A falta de acessos a empregos bem remunerados e a ausência de programas de apoio social deixam muitas famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Isso não apenas afeta a alimentação diária, mas também o acesso a itens básicos de higiene, tornando a vida diária ainda mais desafiadora. Além disso, a dinâmica de famílias chefiadas por mães solteiras acentua essa situação, já que essas mulheres enfrentam a responsabilidade adicional de prover sustento e cuidados para suas famílias, muitas vezes sem um suporte adequado.

Sob esse prisma, conclui-se que os desafios enfrentados pelas comunidades periféricas, como a falta de acesso à educação e à alimentação, requerem intervenções imediatas e coordenadas. Propõe-se a implementação de programas educacionais inclusivos e investimentos em assistência social para garantir acesso a alimentos e itens básicos de higiene. Essas ações, aliadas à promoção de oportunidades de emprego, visam a construir um futuro mais justo e igualitário para essas comunidades, fortalecendo a base para uma sociedade mais solidária e inclusiva.

Autoras

  • Ana Karolina Freire Ventura
  • Emanuelly Moreira Callou
  • Sandra Damasceno Coelho
  • Edna Gomes Coelho

Vozes inaudíveis

A escassez de moradia e o racismo ambiental são dois fenômenos sociais que podem não parecer relacionados à primeira vista. No entanto, percebemos que essas questões estão interligadas de formas complexas e muitas vezes subestimadas, resultando em graves violações dos direitos humanos. Diante desse viés alarmante, faz-se necessário analisar tais problemas sociais sob a perspectiva da sua interligação.

O racismo ambiental é o processo de discriminação e injustiças sociais que populações compostas por minorias étnicas sofrem, devido à degradação ambiental e em decorrência das mudanças climáticas. Essa forma de discriminação perpetua a desigualdade socioambiental nas comunidades, resultando em impactos negativos, relacionados à poluição, na saúde, no bem-estar e nas oportunidades econômicas dessas comunidades, que sofrem com deslocamento forçado e perda de qualidade de vida. Um exemplo prático em Petrolina compreende a comunidade Vila da Fé, localizada no João de Deus, a qual conta com uma infraestrutura que, além de se apresentar em péssimas condições, ainda se destina ao lançamento inadequado de resíduos.

As pessoas em situação de rua enfrentam desafios significativos relacionados a esse problema, assim como vinculados à busca por oportunidades de trabalho nas cidades e às dificuldades agravadas pelo cenário pós-pandemia. A segregação social frequentemente as empurra para áreas de maior vulnerabilidade, dificultando o acesso à moradia e a empregos estáveis. Segundo a líder da ação social "Se essa rua fosse minha", que atua nos polos da cidade de Petrolina, com o impacto econômico da pandemia, a situação desses indivíduos se tornou ainda mais precária, ressaltando a urgência de ações e políticas que abordem as necessidades de indivíduos carentes, visando proporcionar-lhes um apoio vital e uma chance de reconstruir suas vidas.

A interação entre o racismo ambiental e a situação de rua ocorre quando as comunidades racialmente minoritárias que já são afetadas pelo racismo estrutural são sobrecarregadas adicionalmente pelos impactos ambientais negativos, essas duas abordagens têm causas subjacentes relacionadas à desigualdade social e econômica. Além disso, as políticas públicas inadequadas e a falta de recursos destinados a comunidades racialmente minoritárias podem agravar os problemas ambientais nessas áreas e contribuir para o ciclo de pobreza que leva à situação de rua. Em contrapartida, o município de Petrolina, em 2020, recebeu quase 2 milhões do fundo Nacional da Assistência Social, que deveria ser investido em ações para diminuir o número de pessoas vivendo nessas condições, porém o que se vê é justamente o oposto.

Em busca por soluções eficazes para as questões discutidas, faz-se necessário um compromisso contínuo dos órgãos públicos com tal parcela da população, além do apoio de movimentos sociais, como o "Se essa rua fosse minha". Adotando políticas e práticas por meio de ações que abordem essas questões em conjunto, agentes governamentais e sociedade podem garantir igualdade de acesso a recursos e serviços básicos para todos os cidadãos de Petrolina, além de combater o preconceito racial que contribui para essa desigualdade. Somente assim será possível construir uma cidade mais justa, inclusiva e sustentável para todos.

Autoras

  • Carla Raíssa
  • Geiza Liandra
  • Kassiane Eduarda
  • Maria Clara Campos

O racismo

O racismo é uma forma de discriminação que se fundamenta na concepção de distintas raças humanas, declarando a superioridade de umas sobre outras. Tal atitude infringe princípios básicos, tais como igualdade, dignidade humana e justiça social, ressaltando a premente necessidade de combater o racismo e fomentar a diversidade em nossa sociedade, uma vez que esse comportamento ainda subsiste nos dias atuais.

Um dos aspectos que evidenciam o racismo no Brasil é a desigualdade socioeconômica entre as pessoas de diferentes raças. Segundo o IBGE, em 2021, o rendimento médio dos trabalhadores brancos foi quase o dobro do que o dos pretos e pardos. Além disso, a população negra é mais afetada pela pobreza e pela informalidade no mercado de trabalho. Essa situação reflete a exclusão histórica e a falta de oportunidades que os negros enfrentam no país, sendo vítimas de um sistema que privilegia os brancos e reproduz o racismo estrutural.

Além disso, outro aspecto que revela o racismo no Brasil é a violência que atinge os negros de forma desproporcional. De acordo com o IBGE, os negros foram as vítimas em 75% dos casos de morte em ações policiais. Isso mostra que a polícia age com mais brutalidade e letalidade contra os negros, especialmente nas periferias e nas favelas, onde eles são maioria. Ademais, os casos de racismo aumentaram 68% em 2022, mostrando que o preconceito e a discriminação racial ainda são frequentes na sociedade brasileira.

Portanto, torna-se imperativa a implementação de políticas públicas abrangentes para combater o racismo e promover a igualdade de oportunidades, independentemente da raça. Essas políticas incluem a garantia de cotas em instituições de ensino e no mercado de trabalho, a reformulação do currículo escolar para incorporar uma educação antirracista e a aplicação de penalidades rigorosas em casos de racismo. Através dessas medidas, é possível construir uma sociedade mais justa, igualitária e livre do racismo para todos.

Autores

  • John Lenon Cordeiro Lacerda
  • Felipe dos Santos Caçula
  • Weslley Martins de Araújo
  • Kaio Emanoel Rodrigues de Lima
  • Davi de Alencar Silva

Aqueles que merecem ser amados

Conforme os últimos dados, o Brasil tem cerca 185 mil animais abandonados ou resgatados após maus-tratos, sob tutela de organizações não governamentais (ONG 's) e grupos protetores, sendo 60% resgatados após maus-tratos e 40% resultantes de abandono. Ademais, boa parte desse desamparo é caracterizada pela falta de empatia humana originada por aspectos sociais e culturais. À vista disso, é fundamental tornar evidente o combate contra o desmazelo humano em relação aos animais de estimação.

Sob esse viés, é válido ressaltar, como ponto fulcral a respeito do abandono de cães, o estigma associado aos caninos sem raça definida (SRD). Isso se mostra perceptível no filme “A Dama e o Vagabundo”, da Disney, em que é retratada a história de dois caninos, sendo a “dama” uma cadela de raça que vive na mordomia com a sua dona, enquanto o “vagabundo” se trata de um cachorro "vira-lata" em situação de rua. A desvalorização desses animais se dá pelo prognóstico das pessoas de que se constituem uma "raça ruim", agressiva ou que uiva muito. Tal percepção leva tutores a hostilizarem esses animais e, consequentemente, ao seu abandono nas ruas. Nesse sentido, também se faz oportuno destacar que esse ato acarreta vários problemas como: procriação desordenada e disseminação de patologias, por isso é essencial que o governo, em parceria com as ONGs, contorne esse cenário tão inaceitável em vários Estados.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem cerca de 10 milhões de felinos abandonados. Assim como os cachorros, esses animais estão expostos a todo tipo de precariedade e perigos - fome, doenças, e acidentes automobilísticos. Além de todas essas problemáticas, alguns gatos são perseguidos pelo estigma de serem "amaldiçoados" ou portadores de "azar". Em uma pesquisa realizada pela Catland, cerca de 60% dos animais que estão à espera de um lar possuem a pelagem escura. Essa é uma crença que até hoje traz prejuízos para milhares de felinos que estão na fila de adoção. É necessário, desde já, trabalhar a conscientização da população mais jovem para que preconceitos como esses tornem-se experiências do passado.

Por fim, caminhos devem ser elucidados para o incentivo à doação e valorização desses animais, considerando os aspectos culturais e sociais. Portanto, cabe ao Estado, junto com as ONG’s e o Ministério da Saúde, implementar e incentivar programas de doações mais eficazes, a fim de minimizar a disseminação de patologias como também procriação desordenada desses seres. Outra alternativa seria o Governo Federal definir uma legislação mais acentuada, contemplando penas mais severas para crimes de maus-tratos aos animais, com o propósito de coibir tais práticas, como também criar canais de denúncia para orientar e estimular a população a não se omitir diante da identificação desse tipo de prática errônea. Só assim, será possível reduzir a quantidade desses animais em situações de rua, doenças, desleixo e, finalmente, garantir um lar para esses seres que apenas querem ser amados.

Autoras

  • Adrieli Evillin
  • Ana Alice
  • Bruno Ferreira
  • Polianna Terêncio

Raízes solidárias

O conceito de raízes solidárias se refere à origem e ao sentido das experiências coletivas de organização socioeconômica, as quais buscam promover a igualdade, a justiça, a sustentabilidade e a cooperação entre as pessoas. Essas práticas fazem parte da economia solidária, uma estratégia que as empresas e as comunidades estão adotando para inibir os efeitos negativos do ser humano na terra e melhorar a qualidade de vida da sociedade. Neste texto, pretende-se argumentar que as raízes solidárias são uma alternativa para o desenvolvimento sustentável, pois contribuem para a valorização dos indivíduos e do meio ambiente, além de fortalecerem a democracia e a cidadania.

A economia solidária é baseada em princípios como a autogestão, a solidariedade, a cooperação, o respeito ao meio ambiente, o comércio justo e o consumo consciente. Esses princípios se contrapõem à lógica do capitalismo, que visa ao lucro a todo custo, sem considerar as consequências sociais e ambientais de suas ações. Tal modalidade econômica propõe uma forma de produção, distribuição, gestão e comercialização que valoriza o trabalho coletivo, a participação democrática, a distribuição equitativa dos benefícios e a preservação dos recursos naturais. Dessa forma, a economia solidária contribui para o desenvolvimento sustentável, que é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras.

Segundo dados do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (SIES), em 2013, havia no Brasil cerca de 33 mil empreendimentos econômicos solidários, envolvendo mais de 1 milhão e 700 mil trabalhadores. Esses dados demonstram que, além dos benefícios econômicos, as raízes solidárias também trazem vantagens sociais e políticas para os seus participantes e para a sociedade em geral. Essa ação estimula a educação popular, a formação cidadã, a participação social, a mobilização política e a articulação em redes. Tal experiência também promove a inclusão social dos grupos vulneráveis ou discriminados, como mulheres, jovens, negros, indígenas, quilombolas, entre outros. Acrescente-se, ainda, o fortalecimento da democracia e da cidadania ao ampliarem os espaços de diálogo e consenso entre os diferentes atores sociais.

Portanto, pode-se concluir que as raízes solidárias são uma alternativa para o desenvolvimento sustentável ao proporem uma nova forma de organização socioeconômica que valoriza o ser humano e o meio ambiente. Elas se constituem fruto da criatividade e da resistência dos trabalhadores que buscam soluções para os problemas sociais e ambientais que afetam o mundo, além de serem um desafio para a sociedade que precisa reconhecer e apoiar as experiências coletivas que contribuem para a construção de um mundo mais justo, solidário e sustentável.

Autoras

  • Maria Beatriz Inácio da Silva
  • Eniff Samira Almeida dos Santos
  • Rayane Lira dos Santos
  • Júlia Mangabeira

Semeando o futuro

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece o direito da criança à vida, à saúde, à alimentação, à educação e ao lazer. Entretanto, observa-se, nos dias atuais, um alto índice de menores que não possuem a oportunidade de beneficiar-se dessas garantias. Isso ocorre, porque essas crianças vivem em um contexto de vulnerabilidade social em comunidades carentes e periferias urbanas, nas quais prevalece a realidade da falta de recursos financeiros que lhes possibilitem viver uma infância feliz.

Do mesmo modo, a falta de espaços adequados e seguros com a finalidade de proporcionar momentos de lazer para as crianças como, por exemplo, brincadeiras diversas, acesso ao cinema, jogos esportivos, parques de diversão e muitos outros, agrava mais ainda a situação delas. Essa inexistência de estrutura favorável ao seu desenvolvimento acaba expondo as crianças em ambientes inadequados que oferecem uma série de riscos, como violência, contato com as drogas e a falta de acesso à educação, acarretando, assim, o agravamento das condições dessa parcela da sociedade.

Por consequência, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que cerca de 1 bilhão de crianças, entre 2 e 17 anos, tenham sido vítimas de violência física, sexual ou emocional e um dos principais fatores determinantes dessa realidade é a vulnerabilidade social enfrentada nas áreas de vivência desses jovens. Nesse cenário, a introdução aos espaços de lazer em um ambiente saudável é de extrema importância para desenvolver as habilidades, sociabilidade e criatividade das crianças e, por conseguinte, promover novas oportunidades e um avanço no futuro dessas crianças.

Portanto, é imprescindível que o Estado, que é o órgão responsável por garantir direitos sociais, promova políticas públicas para a população fragilizada, oferecendo programas e projetos sociais para garantir o direito ao lazer dessas crianças e o investimento em infraestrutura, como a criação de projetos de esportes, parques, praças e cultura nas escolas. Tal oferta visaria à promoção de momentos de diversão e aprendizado para as crianças, além do acesso à segurança e ao adequado desenvolvimento para a presente geração do país.

Autores

  • Alan Rodrigues
  • Breno Gomes
  • Grazielly da Silva
  • Karoline Rodrigues
  • Mayke Delmondes